Tons de terra



Em 1500, o homem branco saiu da Europa e fez escala na África para escravizar o homem negro. Cruzou o Atlântico, avistou um pedaço de chão e já foi logo chamando de seu: Brasil, colônia de Portugal. Recebido pelo homem pardo, índio que já habitava esta terra há 40 mil anos, chegou para tomar a posse e explorar. Três continentes foram unidos à força pelo sangue, que escorre vermelho das veias do pardo, do negro e do branco.
Na pele, cores forjaram rótulos, legitimando a ignorância que o passar dos séculos ainda não conseguiu arrancar. No Brasil de 2017, os descendentes de seus habitantes ancestrais continuam lutando para ter direito à terra, desafiando a lógica e o bom senso. Em vigor, a Lei do Dinheiro e nem a Justiça garante justiça. Reféns da vaidade, o povo brasileiro exalta sua diversidade, mas arranca suas raízes na escuridão do esquecimento, troca vidas por coisas, índios por gado, diversidade por monocultura.

Vemos olhares, pinturas e cocares.
Sobreviventes iluminados de um longo genocídio.
Você consegue enxergar?
Demarcação Já!
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